domingo, 12 de julho de 2015

Cabo das Tormentas

Onde estás?
Onde foste?

Meu coração se foi,
Minha alma não sente.

A electricidade que me sustentava foi-se.
O que fazer então?
Se o que quero fazer é parar,
Para sempre.

Ou seguir em frente,
Apanhar uma qualquer corrente que me liberte desta,
Corrente.

Uma qualquer maré que me tire desta praia,
Onde o verão nunca volta.

Onde me deverei procurar?
Se nesta ilha de engodos, o peixe menor sou eu?

"Não largues o anzol,
Alguém te virá salvar"

Não. Não vem.
Não há pescador a segurar na corda.
Há Adamastor.
e nesse vai e vém, sou a presa de mim próprio.