segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Ode-inator

Sei quanto de mim te quer
Ó vangloriada canção.
Não há nada em mim que não queira,
Um de ti no meu coração.

Previsível ou não, quero
Uma melodia que te glorifique.
Bela musa de reis e deuses
Inspiras-me e canto.

Canto a minha e a nossa vida.
Eloquente ou não, tento ignóbil,
Igualar-te ó cidade.

Tanto de mim fizeste,
Tudo de mim quiseste.
Querer-te-ei como queres ao mar.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Bebida.

Embriagado, assombrado
Num assombro que tudo é meu
E teu, num apertado sufoco.

Não evoco, chamo
Não há um momento que tenha
Sido um aperto sentido.

Poesia vazia de conteúdo
Cheia de emoção, entusiasmo
Misto de nada e excitação.

Sexual ou não, é-o por não o ser
Estando possuído por um demónio
O pecado consumindo os deuses do próprio Olimpo.

Cheio de gana invoco
Sê meu e meu.
A isto te provoco.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Interjeição.

Não há raiva que se me compare
Não há tempo que te não leve
Haverá algo em que eu não pare?
Oh, sou eu assim tão leve.

Perdido na loucura do céu
Perdição, uma vida de cão
Vivendo bem num universo de bréu.
Oh, eterno coração.

Pudesse eu ser o que não sou.
Estar onde não estou.
Ver o que não vejo.
Sentir o que sei.

Não há nada que sinta que saiba,
Saibo que sinto mas não sei.
Penso por não saber e sei por não sentir.

Acabo a vida num suspiro intermitente.
Começo a morte com um riso demente.

Há então um sucesso chamativo.
Um processo putativo.
Vítima de um ignóbil destino.
Sendo eu o mesmo pobre espírito.

Perdido na vida em que não me fui.
Não estou e não sei.
Não vivi e sei.
Perdi-me na sapiência de não saber.

Oh.