sábado, 14 de junho de 2014

Algarismo.

Um.

Um suspiro de luz
Irónico bafo de alcaçuz.
Uma insanidade que se conserva
Flutuando numa nuvem de erva.

Dois.

Dois corações que se encontram
Duas almas perdidas no vazio.
Que se não sabem e se desencontram
Num saudoso campo bravio.

Três.

Deus, Terra e Homem
A trindade santa que nada fez.
Entidades que sempre dormem,
Irtos, santos, como um qualquer português.

Quatro.

Não será demais, quatro?
Dois pares.
Um trio, individual.
Quatro nadas.

E então vês.
O mundo é feito para dois.
E com toda a lucidez afirmo:
Que não deixarei nada pra depois.

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