terça-feira, 15 de janeiro de 2013

chef-d'œuvre.

Deveria esta ser a introdução triunfal de uma peça de arte eterna?
O nosso
O teu, marco na história.
O meu, porém, permanece perdido
Oh perdição.

Serei eu o tal?
Ou um tal?
Saberei ao certo quando o encontrar.

O veredicto pelo qual esperava, chegou.
Ou chegara.
Num barco invisível, num cais perdido.
No entanto tão perto, que lhe sinto o cheiro.
O cheiro a maresia, o som das aves
As ondas.

As ondas de um tal 
O tal tal que perdi uns segundos atrás
Ou terei perdido desde sempre.
Nunca sei ao certo,
Nada saberei até saber.
Fará isto lógica sabendo que nada sei?

Divagação de uma mente perdida
Rezando a um Deus ateu
Um Deus ateu que pede perdão
Pede perdão por tudo
O que será tudo?

Estarei perdido num vago oceano
Onde uma inocente ave

Inocente?
Não há nada que se desbrave.
Nem a flor adolescente
Que suavemente aflora.


domingo, 13 de janeiro de 2013

Consenso fatal.

O altivo patamar da liberdade
Eterno

O sopro da vida está longe de ser encontrado
Tudo 
Nada
Tão pouco

O céu leva o que de nós extraímos
Desvanecemo-nos nos nossos componentes
Nada somos além de componentes

Tétradas 
Nómadas
Selvagens
Verdadeiros

Antigo liceu da morte
O teu alpendre vira-se em direção ao mar
O mar que te engole e domina
O mar que de nada, 
Nada.

Engraçado
A palavra nada
Existe.

sábado, 12 de janeiro de 2013

anankê.

Um sopro de vida
Um frasco de cianeto
Um sopro de morte
O líquido que oxida.

O melhor do que eu fosse, fosse eu não existente
Um tratado abstinente
Veemente produzido com um fim.
Fim esse que não o há,
Houvera.

Todo o que veio virá
A inócua libertação de um corpo selado
Tortuosamente cuidado
Preso
Alimentado com tudo de mau quanto existe.

O demónio não lá está
O demónio já lá esteve
E com ele um sopro de vingança adveio

Altiva deusa das marés
Condolentes Tágides
Abençoai-nos para que de todo o nosso futuro
O sempre seja uma parte.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

metópio.

Uma empáfia e prenha solidão brota num todo preenchido de qualquer coisa

*suspiro*

O sádico e módico medo de cair no erro está no cerne de toda a existência
A epifania satânica de um Deus que se esforça por cumprir as suas funções,
mas não vê nenhuma concluída.

*assobio*

Oh tu que me assombras, não poderás tu depor-te perante toda a vida em vez de mim?
Oh desgraça minha que de um ser omnipotente nada passei a ser

*silêncio*

Não é engraçado o quão puérpera esta equação se torna ?
Um Deus a rezar aos céus
Ironia

*riso*

Será isto um ensaio sobre a sagacidade de um Deus falhado?
ou
Será isto uma nescidade proveniente de um ser cansado de em nada crer?