quinta-feira, 25 de abril de 2013

Lindisfarne.

O eterno suplicar cessou.

Iletrado
Idolatrado
Venerado.

Era tudo o que poderia ser.
Talvez mais.
Era a transparência de um deus terreno.

Um deus adorado com a leviandade.
Com a simplicidade.

Não estava pronto.
Era tudo tão confuso.
A minha vida não era maior que a minha existência.
No entanto transcendia-a.

Uma existência completada pelo prazer da adoração.
O prazer da vitória.
O prazer da vingança.
O prazer.

Todo o prazer é bom.
Exceto aquele que a nós é tirado.
Um ser,
(outrora deus)
usado.

Utilizado para o bel-prazer de uma criatura hedionda.
Manipulado.
Não seria isso o ciclo da vida?

The rise and fall of existence
transcends the life of any god.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

infirmitas.

Limitei o meu acesso à mente
Com um passaporte demente.
O porteiro sorria
Enquanto eu sofria.

Sussurrava palavras
Numa língua desconhecida.
Ora alto ora baixo
O porteiro já não sorria.

Um dia à noite voltei
Incompreensivelmente
O porteiro chorava.

Lutei contra a ansiedade de lá voltar.
Uma força puxava-me para entrar.
Resisti.

Tempos se passaram
A noite tornou-se dia
O dia tornou-se noite
O porteiro morrera.

A entrada emitia o seu chamamento
Ora rápido
Ora lento
Não resisti ao seu encantamento.

Surpresa mesquinha
Quando a porta,
Não era mais do que uma cova.
Será que é a minha?

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Momentum.

Um intérprete adoentado,
Uma ilícita abandonada,
Um lado despido,
Uma alma fechada.

Não sinto o que devia
O que devo não tenho
O que tenho não sinto.

Um rugido ecoa no meu ser,
Ultimando um ser
Oh ser!

Não será o ser,
A razão do meu sofrer?

Não serei.

terça-feira, 9 de abril de 2013

impotência.

I. Golpe

Um trepidar da lâmina
O momento.

O limite metálico tocara
Onde o medo não chegara.


II. Introdução

O sal entrou
Senti
Vivi.

A droga que corria no meu sangue era mais forte.
O sangue escorria.


III. Ultimatum

O cérebro mandava parar
A vida permanecia.
Tortuosa.

Cada átomo do meu corpo insistia na desordem.
O caos instalara-se.


IV. Fim.

O rasgão perpetuara-se.
A existência jamais será o que o corpo foi.
O corpo foi.

Um ténue limite separou o meu corpo da derrota.


V. Omega.

O tempo de nada serve quando da alma se trata.
A alma é eterna.
As feridas saram.
O corpo cura-se.

O limite extenuara-se e o corpo estava agora separado.
O ser flutuava no vazio.
Magoado.
Desiludido.
Esperava nunca mais viver.
Que escolha terá?